PAUL RODGERS CONTA QUE A MORTE DE JOHN BONHAM INFLUENCIOU SUA DECISÃO DE DEIXAR O BAD COMPANY

1 09 2010

Fonte: Spinner

O repórter Pat Pemberton, da “Spinner.com”, conduziu uma extensa entrevista com o lendário vocalista Paul Rodgers, que já foi o frontman do Free, Bad Company, Queen + Paul Rodgers e The Firm (projeto com Jimmy Page). Dentre outros assuntos, Rodgers falou sobre a reunião do Bad Company, a escolha do nome Free, além do convite para substituir Steven Tyler no Aerosmith.

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Quando Paul Rodgers formou sua segunda grande banda após o Free ter se separado, ele decidiu que a banda precisava de uma canção tema. Então sua nova banda, Bad Company, gravou uma música chamada, naturalmente, de “Bad Company”. “Eu compus esta canção com um feeling meio ‘velho-oeste’ – com um clima quase bíblico sobre aquela coisa de uma terra prometida, sem lei – fala Rodgers. “O nome combinou com a canção em muitos aspectos”.

Rodgers, que possui uma das mais distintas vozes do Rock n’ Roll, está de volta à estrada com o Bad Company, que recentemente lançou um DVD ao vivo e uma coletânea em CD. Figurinhas fáceis em rádios de Classic Rock, seus hits com o Bad Company incluem “Feel like Makin’ Love”, “Rock n’ Roll Fantasy” e a trágica história dos excessos da estrela do Rock, “Shooting Star”. Nós conversamos com ele que, dentre outros assuntos, falou sobre ser o frontman em grandes bandas, incluindo sua passagem com vocalista do Queen; sobre ter recusado a oferta para entrar no Aerosmith; além de sua opinião a respeito da versão de Christina Aguilera para o clássico do Free, “All Right Now”.

Você acabou de sair do lance Queen + Paul Rodgers. O que esta parceria lhe permitiu fazer que você ainda não havia feito?
Foi um grande desafio. No passado eu sempre formei as bandas. Eu formei o Free com Paul Kossoff, eu formei o Bad Company com Mick Ralphs e eu formei o The Firm com Jimmy Page. Desta vez foi um lance diferente; unir forças com uma banda que já tinha um repertório complete e uma reputação gigantesca.

Nós tocamos juntos num show de uma premiação em Londres, e tocamos as canções uns dos outros. Se aquilo não tivesse funcionado para mim num nível musical – de verdade – nunca teria nem chegado perto daquilo. Mas funcionou. Na verdade, tocamos “All Right Now”, “We Are The Champions” e “We Will Rock You” juntos, e foi incrível. Então pensamos que poderíamos fazer disto uma nova entidade – Queen + Paul Rodgers – e deixaríamos claro para todos que era uma nova entidade. Eu fiquei impressionado de ter passado quatro anos com eles, que foi um período mais longo do que passei no Free.

A gravadora do Free inicialmente sugeriu o nome “Heavy Metal Kids”, está correto?
Eu sempre tive problemas com nomes e gravadoras. Com o Free, foi a “Island Records”. Eles queriam chamar a banda de Heavy Metal Kids. Isto já foi depois de fazermos várias turnês, e eles vieram nos ver num show. O público estava enlouquecendo, pulando para cima e para baixo, e eles ainda não estavam convencidos. Então eles vieram nos ver num ensaio, e finalmente disseram: “Ok, queremos assinar com vocês… Mas queremos que se chamem Heavy Metal Kids”.

O resto da banda disse, “bem, é um contrato de gravação. Vamos colocar os dois nomes no quadro, então damos uma olhada e decidimos que nome gostamos”. Eu disse, “nem se atrevam. Não vamos mudar nosso nome”. Então fomos para gravadora e dissemos, “o nome vai ser Free ou então vamos embora”. Nós estávamos com os dedos cruzados por detrás de nossas costas, mas nos mantivemos firmes. E eu aprendi a fazer isto ao longo dos anos.

Aconteceu o mesmo com o Bad Company. Eu senti que seria o tipo de nome que chamaria a atenção. Eu não queria mudá-lo. Até Peter Grant, empresário da banda, estava bem inseguro com relação ao nome. Não estou certo do motivo. Mas todos acabaram concordando eventualmente.

O que fez você decidir ter uma música com o mesmo nome – “Bad Company”?
Acho que foi porque aquilo nunca havia sido feito. Achei que era interessante aparecer com uma nova banda, com uma canção tema.

É verdade que o nome saiu do filme “Bad Company”, de Jeff Bridges?
Não. Na verdade, eu nunca nem assisti ao filme. O nome veio de minha infância. Eu vi um livro sobre os costumes da época Vitoriana. Ele mostrava uma figura de um vagabundo vitoriano. Ele estava vestido de uma forma que parecia bem durão, com chapéu, relógio no bolso e tudo aquilo. Mas tudo estava detonado. Os sapatos estavam com o solado furado e o chapéu também. E o cara estava encostado num poste, com uma garrafa na mão e um cachimbo na boca, obviamente era um cara perigoso. E então você tem este pequeno garoto, uma criança na verdade, olhando para ele. E por dentro, eu disse: “Cuidado com a má companhia” (Nota do tradutor: Bad Company em português significa “má companhia”).

Você deliberadamente canta aquelas canções com um sotaque norte-americano. Eu fico imaginando como “Feel Like Makin’ Love” soaria com um sotaque britânico…
Eu soaria assim: (ele canta “Feel Like Makin’ Love” numa voz macia, de um jeito bem britânico). Eu acho que aprendi a linguagem do Rock n’ Roll escutando muito Blues e muito dos caras da Soul Music. E eu imitava estes caras. Gente como John Lee Hooker, com um sotaque norte-americano bem profundo. Não acho que o idioma do Rock n’ Roll tenha sotaque britânico; acho que é um sotaque norte-americano.

Poucos anos após o baterista do Led Zeppelin, John Bonham, morrer de uma forma bem parecida com a descrita em “Shooting Star”, você deixou sua própria banda para ficar com sua família. Como a morte de Bonham afetou sua decisão?
Influenciou muito. Mas eu estava preparado para aquilo, de qualquer forma. Eu estava preparado para sair da estrada, e podia sentir que estávamos voando alto demais e enlouquecendo demais, e que algo iria acontecer.

Aconteceu tantas vezes antes – e foi a inspiração par a canção “Shooting Star”. John era um cara muito amável. Foi muito triste perdê-lo, como amigo, e para o mundo que perdeu um grande talento. Porque eu acho que ele provavelmente foi um dos melhores bateristas de Rock n’ Roll que já viveram. Então foi realmente muito triste. Um amargo gosto de realidade.

Então decidi que precisava de um tempo para viver, mas nunca me afastei tanto da musica. Construí um estúdio em minha casa e apenas continuei a gravar. Então antes que eu percebesse, Jimmy (Page) estava indo lá em casa e estávamos compondo juntos, o The Firm nasceu e lá estávamos nós na estrada novamente.

Você chegou a ser contatado para substituir Steven Tyler no Aerosmith?
Bem, sim, na verdade eu fui. Joe Perry veio até mim numa outra festa de premiação, e disse que Steven Tyler não estava interessado em sair em turnê no momento, mas que eles estavam preparados para a estrada e estavam procurando alguém para preencher a vaga. E eu disse a ele, “bem, talvez vocês devam repensar sobre isto”. E estou feliz de ver que eles estão de volta agora, porque são uma banda fabulosa.

Você não quis fazer aquilo, porque já havia feito o lance do Queen?
Acho que sim. Como disse antes, o Queen foi uma exceção – unir forças com uma banda que já existia – porque no passado eu sempre formei as bandas e então escrevia o catálogo de canções da banda.

Eu vi que Eminem sampleou uma canção sua – “Reaching Out”, com o Queen – e Christina Aguilera fez um cover de “All Right Now”…
Eu achei a versão de Christina Aguilera para “All Right Now” detonou. Eu adorei! Eu já ouvi alguns fazerem aquela música e, bem, você sabe – ela é bem difícil de ser acertada, na verdade. Mas ela fez um ótimo trabalho. Ficou bom.

O lance do Eminem ficou interessante, porque não foi o que eu tinha em mente. Quando estávamos em turnê, eles mandaram uma versão da música e como eles pretendiam samplear. E ela ficou bem diferente da versão final. Não fiquei lá muito satisfeito com o resultado, com toda a honestidade. Nunca uso palavrões no palco ou nos discos; não é meu lance. Eu gosto do Eminem, e acho que ele tem um ponto de vista interessante e muito a dizer, mas ele o faz de uma forma na qual eu nunca faria.

Sua esposa e você estavam distribuindo dinheiro para os fãs…
Isto é algo que minha esposa faz, e é de coração. Ela vê alguém por quem sente algo e lhe dá um presente. Se chama “Ato de Generosidade ao Acaso”. Acho que é 100 dólares. Tudo que eles têm que fazer em retribuição é realizar algo legal para uma outra pessoa.

Qual é o padrão que ela busca? Ela procura por algo em particular?
Quer saber de uma coisa? Vou chamá-la para responder esta para você.

Cynthia Rodgers: É uma coisa de sentimento. Tem sido interessante, porque estamos dando 100 dólares, e acho que até agora já doamos 65 mil dólares. Quando as pessoas recebem o envelope, o olhar em seus rostos… Alguns se comportam como se estivessem sendo servidos, enquanto outros relutam bastante em aceitar o envelope. Mas eu tenho tido sorte com meu feeling na hora de escolher que mais precisa.

Houve um senhor que estava com suas duas filhas – perto de 9 e 11 anos – e ele sabia todas as letras das canções de Paul. Então eu lhe dei um envelope. Ele esperou após o show, até sairmos, e ele tinha lágrimas nos olhos. Ele disse: “Eu sou um pai solteiro, e você não sabe o que isto significa para minha família”. Ele havia perdido a esposa em um acidente de carro. Mas ele disse, “Mais do que tudo, isto mostrou às minhas filhas que ainda há boas pessoas no mundo e que coisas boas acontecem”.


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6 responses

2 09 2010
Helton

Foi uma pena não ter continuado Queen + Paul Rodgers =/

2 09 2010
Gabriel Gonçalves

É verdade, Helton mas, por outro lado, eu sacrifico um bode todos os dias para que esta reunião do Bad Company passe por aqui, rs. Abração, cara!

2 09 2010
Helton

Cara….ce ta sacrificando bode pra caramba pelo que vi em alguns posts hahaha deixa o Ibama (sei lá eu) pegar hahaha

Bad Company é bão demais…

2 09 2010
Gabriel Gonçalves

rs.. Bode pode, poque não animal silvestre, rs. O Bad Company é fantástico, inclusive a fase sem o Paul Rodgers. Abração, meu velho!

4 09 2010
Abajur

Poxa cara, eu queria um envelopinho desse, 200 reais, nossa, maravilha ersrssrsrrs

4 09 2010
Gabriel Gonçalves

rs… É verdade, cara: 200 dólares não fariam mal nenhum, rs. Abração, meu veho, e volte sempre!

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