O LOBO MAU

7 01 2011

Como diria o próprio Lobão, “a vida é doce”! E quando eu não achava que poderia ficar melhor, eis que me deparo com o vídeo (na verdade é só o áudio) abaixo:

Se trata de uma ida de Lobão ao programa “Transa Louca”, na rádio Transamérica, para divulgação da sua auto-biografia. A conversa correu para outros assuntos e o velho lobo destroçou, com requintes de crueldade, a equipe de radialistas rasos e imbecilizados que comandam o programa. Confesso que me peguei vibrando (parecia que o meu Bahêa tinha feito gol) enquanto escutava Lobão falar tudo o que a gente sempre quis falar para estes merdas.

Os radialistas falam besteira, lobão detona, eles se contradizem, lobão detona mais ainda, eles tentam retirar o que disseram, Lobão executa… Nada como começar uma sexta-feira assim.

LONG LIVE ROCK N’ ROLL!





ARTISTAS PREMIADOS = QUALIDADE?

19 09 2010

Por: Roberto A.

Recentemente houve mais uma edição do VMB, da MTV. Abaixo segue a impressionante (ou nem tanto) lista de premiados:

Artista do ano: Restart
Clipe do ano: Restart
Artista internacional: Justin Bieber
Show do ano: NX Zero
Hit do Ano: Restart
Revelação: Restart
Aposta MTV: Thiago Petit
Webstar: Felipe Neto
Webhit: Galo Frito: “Justin Biba”
Pop: Restart
Rock: Pitty
MPB: Diogo Nogueira
RAP: MV Bill
Música Eletrônica: Boss in Drama
Game do Ano: “Super Mario Galaxy 2”
Aposta internacional: School of Seven Boys

Precisa dizer mais o quê? Creio que nada. Sendo franco, nunca ouvi nada do Restart e, continuando sincero, nem ouvirei; não me ligo em FM’s. Bicho, para quem ainda não se ligou, essas premiações todas por aí, incluindo “Multishow”, melhores discos do ano pela “Rolling Stone”, e adjacentes, são todos fajutos; tudo sendo vendido e sendo comprado, ou seja, tudo cão. E ainda tem nêgo que leva a sério. Por favor, qualquer sujeito com um mínimo de senso crítico percebe isso. Uma pena que seja assim, e pelo visto nada mudará. “Aborrecentes” votando pela net??? Falemos sério por favor!

Premiação seria a pessoa ouvir música de boa qualidade. Ok, a canção pode até seguir o manjado esquema “refrão-solinho-verso”, mas precisa haver uma credibilidade/qualidade, e até mesmo alguma dignidade tem que estar envolvida pra que não façamos penico de nossos ouvidos. Tudo com bom senso, é óbvio, não vá você querer ouvir a versão de Shakira pra “Nothing Else Matters” do Metallica, ou a versão de Sheryl Crow pra “Sweet Child O’ Mine”. Vou me ater ao Rock, que é meu gênero favorito de sempre.

Dê um presente a si mesmo nesta semana e ouça estas sugestões de grandes discos, que eu humildemente, apresento abaixo. Sendo fã ou não das bandas sugeridas, garanto que a audição valerá à pena:

DIRE STRAITS – BROTHERS IN ARMS
A tchurma de Mark Knoplfer, guitarrista soberbo, apresentou um clássico abissal  e atemporal. Maravilhoso de cabo a rabo, tem, por exemplo, a belíssima baba “So Far Away”, a conhecidíssima “Money For Nothing”, o country “Walk Of Life”, balada classuda como “Your Latest Trick”, e uma canção que nos faz viajar a diversos lugares: “Brothers in Arms”.

THE POLICE – GREATEST HITS
A rapeize de Sting tem um trabalho do mais algo gabarito. Pop Rock refrescante e ainda atual. Canções acima de qualquer crítica como “Roxanne”, “Message in a Bottle”, “Walking on the Moon”, “Synchronicity II”, e “Every Breath You Take”, fazem qualquer hora de relógio passar mais facilmente.

THE CURE – THE HEAD ON THE DOOR
A trupe de Bob Smith, neste petardo de 1985, alçou seu vôo rumo à fama mundial, e com mérito, pois o disco é espetacular. Pérolas pop como “In Between Days”, “A Night Like This”, “Close to Me”, combinam perfeitamente com pauladas como “Push”, e esquisitices como “Kyoto Song”. Ouça o mais rápido que puder.

U2 – THE JOSHUA TREE
“Joshua Tree” foi lançado em 9 de Março de 1987, e pode ser considerado o disco definitivo deles. Superestimados ou não, o U2 acertou na mosca nesse disco, conquistando de vez não só a América, como o mundo, tornando-se enfim uma superbanda. Clássicos como “Where the Streets Have No Name”, “I Still Haven’t Found What I’m Looking For”, “With or Without You”, “Bullet the Blue Sky”, “Running to Stand Still”, falam por si.

GUNS N’ ROSES – APPETITE FOR DESTRUCTION
Dificilmente um álbum de estréia será tão destruidor de conceitos quanto este. Cru, esporrento, essencial e maravilhoso. Isso define bem o disco. Axl e asseclas vieram com sua linguagem das ruas, de suas ocupações anteriores (como ladrões de carros, cafetões e traficantes), e deram este belo tapa na cara da mídia. “Welcome to the Jungle”, “It´s So Easy”, “Sweet Child O’ Mine”, enfim, um disco para por pra tocar e abrir aquele sorrisão na cara.

THE BEATLES – LET IT BE
Coisa séria. Difícil ouvir algo assim sem se emocionar, ou mesmo sem cair no choro, pois a beleza é tanta, e realmente é um disco maravilhoso. “I’ve Got a Feeling”, “Get Back”, “Let It Be”, “Across the Universe”, e a mais bela do disco (e das mais belas de toda a carreira deles) “The Long and Winding Road”. Nada mais nada menos do que obrigatório. Ponto.

FAITH NO MORE – THE REAL THING
Os desajustados colegas de Mike Patton, junto a ele, em 89, apresentaram este álbum do cacete. Bom do início ao fim, foi uma espécie de clássico do new metal (sim eles que inventaram isso). A partir desse álbum o Faith teve enfim sucesso e reconhecimento mundial. Começa já com a paulada “From Out of Nowhere”, apresenta os hits “Epic”, e “Falling to Pieces”, passeia pelo Thrash Metal em “Surprise! You’re Dead!”, faz cover de Black Sabath em “War Pigs”, e ainda tira onda do Commodores em “Edge of the World” . Quem mais além deles se atreveria tanto?

NIRVANA – UNPLUGGED IN NEW YORK
Triste, melancólico e belíssimo, este disco pareceu antecipar a morte de Kurt Donald Cobain, e de certa forma foi um réquiem pro Rock de alta qualidade que rolava naqueles tempos. Kurt começou dizendo que ia tocar uma música que talvez algumas pessoas não conhecessem, e mandou a linda ‘About A Girl’. O Nirvana, mais uma vez fugiu do óbvio, evitando os maiores hits (somente ‘Come As You Are’ foi a exceção), e fez um show mais do que digno, homenageando David Bowie em “The Man Who Sold The World”, e surpreendendo ao convidar os Meat Puppets para participarem do show, concebendo momentos maravilhosos como “Oh Me”, e “Lake A Fire”. Essencial.

QUEEN – LIVE MAGIC
Não por acaso, um dos discos que marcaram minha adolescência. Lançado em 86, foi o segundo ao vivo dos caras, e veio logo após “A Kind Of Magic”. Como ouvir este disco e não se emocionar? Impossível. A sinceridade e performance de Freddie Mercury, e execuções divinas de “Radio Ga Ga”, “Friends Will Be Friends”, “I Want To Break Free”, “Under Pressure” e “We Are The Champions” fazem o coração disparar em emoção. Indispensável. Inclusive, acaba de ser definido o ator que interpretará Freddie no vindouro filme biografia: será Sacha Baron Cohen.

ALICE IN CHAINS – DIRT
Como ouvir um disco destes sem ao final dar um longo suspiro, ou mesmo sentir alguma lágrima escorrer? Respondam vocês. Layne e companheiros fizeram desta a sua obra prima. Bom por inteiro, começa com a paulada “Them Bones”, emociona total com a linda “Down in a Hole”, mostra esquisitices como “Sickman”, faz nosso sangue esquentar com “Rooster”, “Angry Chair”, e “Would”. Um final triste para um absurdamente bom artista. Triste, muito triste.

PINK FLOYD – THE DARK SIDE OF THE MOON
Álbum conceitual lançado em 73 pelo Pink, tornou-se a obra maior da banda, e não foi por acaso: o disco é sublime do primeiro ao último segundo de execução. Canções que tornaram-se mais do que clássicas, como “Money” e “The Great Gig in the Sky”, destilam beleza, ao lado de petardos como “Us and Them”, “Brain Damage”, e “Eclipse”. É algo que simplesmente precisa ser ouvido com atenção.

LEGIÃO URBANA – DOIS
Contundente álbum que Renato Russo e companhia apresentaram em 1986, com canções singulares, como “Daniel na Cova dos Leões”, “Quase sem Querer”, ao lado de depressivas baladas como “Acrilic on Canvas” e “Andrea Doria”. Tudo bem que o guitarrista não tocava e nem toca absolutamente nada, mas composições como “Fábrica”, e os hits maiores deles, “Índios” e “Tempo Perdido” falam por si só. Que falta Negrete faria logo após isso. Fundamental disco.

RPM – REVOLUÇÕES POR MINUTO
Disco considerado por muitos, inclusive por mim, como o melhor já lançado de Pop Rock Brazuca. Ouvindo sem preconceitos é fácil perceber as causas. Os caras mandavam realmente muito bem no que se propuseram a fazer. Esqueçam as caras e bocas de Paulo Ricardo, e dêem alguma atenção às composições, como a faixa título,  “Rádio Pirata”, “Liberdade/Guerra Fria”, “Pr’esse Vício”, “Juvenília”, que vocês vão concordar comigo. Alto nível em Rock nacional. Músicos sólidos fizeram este clássico nacional.

CAZUZA – O TEMPO NÃO PÁRA
Digno registro de Caju, com ótima performance da banda. Emociona e muito. A faixa título, a versão dele para “Vida Louca Vida” de Lobão, sucessos como “O Nosso Amor a Gente Inventa”, “Ideologia”, enfim, Cazuza foi um dos últimos artistas nacionais que deram pano pra manga. Faz muitíssima falta. Ouça este disco na íntegra e saiba o porquê.

ZERO – PASSOS NO ESCURO
Pop Rock nacional chique e classudo. Este EP lançado em 86 é uma preciosidade. “Agora eu Sei”, com participação de Paulo Ricardo foi sucesso nacional, mas o petardo tem muito mais que isso. Canções como “Cada Fio um Sonho”, “Formosa” e “Passos no escuro” fazem a audição valer, e muito, à pena. Recomendo.

BARÃO VERMELHO – SUPERMERCADOS DA VIDA
Outro que marcou bons tempos de minha vida… Tempos de farras, passeios pelas madrugas, poucas preocupações. Este álbum, lançado em 1992, é um dos melhores trabalhos de Frejat e sua turma, foi neste disco que entrou o baixista Rodrigo Santos. Difícil eleger bons momentos, pois a bolacha é inteiramente boa, começando com a paulada “Fúria e Folia”, seguindo com a divertida “Odeio-te, Meu Amor”, além dos hits “Pedra, Flor e Espinho” e “Flores do Mal”. O blues “Comendo Vidro” e a faixa título são nada mais nada menos que maravilhosas.

PARALAMAS DO SUCESSO – D (AO VIVO)
Não sou, digamos, fã da banda, e muito menos da discografia recente deles, mas este álbum ao vivo lançado em 87 tem muitíssimo valor. Captou a banda em seu auge criativo em no “Festival de Montreaux”, trazendo excelentes versões ao vivo de clássicas deles, como “Alagados”, “A novidade”, “Óculos”, e obscuridades como “O Homem”, e uma versão para “Charles, anjo 45” (canção de Jorge Benjor). Um bom disco, realmente.

LOBÃO – A VIDA É DOCE
Fase independente do cara, este foi o disco lançado em banca de revista em 1999, e é muito, muito bom. Ironias como “El Desdichado II”, e “Universo Paralelo” iniciam legal o lance. Baladas como “Ipanema no Ar” e “Vou te Levar” fazem a cama pra esquisitices como “A Vida é Doce”, “Uma Delicada Forma de Calor” e “Amanhecendo na Lagoa”. Vale muito à pena sacar este uivo do Lobo encrenqueiro.

Com posts vindouros, vou continuar a compartilhar sugestões com os leitores deste blog no qual me amarro. Abreijos a todos e até a próxima.