Fonte: Goldmine
O repórter Pat Prince, do website “Goldmine”, fez uma longa entrevista com o lendário baterista do Black Sabbath, Bill Ward. Bill falou sobre o novo DVD da série “Classic Albums”, que foca a produção do “Paranoid”, a vida banda no início dos anos 70, problemas com autoridades, dentre outros assuntos.
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O Black Sabbath teve várias formações, e oito bateristas diferentes ao longo de sues 41 anos. A maioria dos fãs, contudo, pensa em Bill Ward como o baterista que representa a banda, e no “Paranoid” com o álbum que define perfeitamente o Sabbath.
Para comemorar o 40º anivesário do “Paranoid”, a “Eagle Rock Entertainment” lançou um DVD da série “Classic Albums”, que foca no famoso disco de 1970 que originalmente iria se chamar “War Pigs”. É uma olhada para dentro de uma banda que na época estava lutando para permanecer viva, e que ainda assim criou algumas das mais dinâmicas, sombrias e provocativas canções já gravadas.
Bill Ward lembra do “Paranoid” como o álbum que mudou tudo para o Sabbath. O disco deu a banda músicas famosas, como “Iron Man”, e ainda lhes concedeu alguns de seus momentos a La Beatles, com fãs berrando (a maioria adolescentes da Inglaterra) e seguindo desprevenidos músicos pela rua.
Ao longo dos anos, Bill War se tornou um genuíno porta voz da banda, além de um cara que mantém sua batida natural. Aos 62 anos, ele ainda está a fim e pronto para evocar a energia para uma turnê completa do Sabbath, a qualquer momento, quase com o mesmo entusiasmo que tinha durante as sessões do “Paranoid”.
Recentemente a “Goldmine” teve a chance de conversar com o lendário baterista, que está ocupado trabalhando em seu mais novo disco solo – um trabalho de amor que está em seus estágios finais, mas sem data de lançamento ainda.
O que você achou do lançamento do documentário em DVD do “Paranoid”?
Estou bem quanto a isto agora. Quando o vi pela primeira vez, tive algumas reclamações quanto ao andamento e a produção em geral. Disse minha opinião ao produtor, obtive uma resposta e tudo ficou bem. As coisas se resolveram.
Minha maior preocupação foi que havia uma longa parte só com Tony (Iommi) e Geezer (Butler), sem que outro artista falasse. Foi apontado para mim que era assim que o programa era, e eu disse: “Eu sei disto, eu sou um grande fã do programa. Já assisti todas as bandas que apareceram na série, mas ainda acho que é um tempo muito longo”. De qualquer forma, eu pude entender e ficar tranqüilo quanto a isto, mas foi o único atrito que eu tive com o DVD.
Mas eu gosto dele, porque é um pouco diferente. Eu nunca vi o Black Sabbath receber um olhar diferente por um ângulo diferente. Eu acho que neste sentido o DVD traz uma boa novidade.
O que você acha do “Paranoid” ganhar este tipo de re-exame?
Eu gosto de que ele esteja sendo revisto novamente e que tenha tanto crédito. Eu acho que ele merece este crédito, pelo fato de que apenas o tocamos do jeito que éramos. Não tivemos um processo para pensar no álbum. Não houve nenhum planejamento. Foi apenas o resultado de quatro caras tocando juntos, sendo uma unidade, uma banda, uma banda de verdade.
Você percebeu que o álbum era especial enquanto estava o criando?
Eu sentia alguma coisa na época, mas sabia que estávamos em algo diferente. Quero dizer, todos nós pensamos isto. Todos nós sabíamos que estávamos criando algo diferente e que gostávamos muito. Mas sabíamos que era diferente. E sabíamos que era frágil também, no sentido de que ele poderia não durar nem cinco minutos, pois haviam vários oponentes, por falta de palavra melhor; lugares a levá-lo que poderiam não lhe dar nenhuma chance.
O baterista em 1970, gravando "Paranoid".
Como em muitos álbuns do Black Sabbath, havia muito conteúdo nele. Neste sentido, foi muito ruim ele não ter se chamado “War Pigs”, como era a intenção, já que este título seria uma declaração mais forte?
Bem, nós queríamos chamá-lo assim, mas ninguém pareceu entender. Eu não os culpo, sabe? O Vietnã, um monte de gente sendo morta por lá todos os dias, então eu entendo eles não terem usado o nome, por este lado.
Mas era uma declaração anti-guerra bastante efetiva.
Eu acho que fizemos uma grande declaração e colocamos muita força nela. Quando a tocamos atualmente – bem, na última vez em que excursionamos – “War Pigs” ainda era um grande hit para todos. Então ela permanece. Infelizmente ela ainda permanece atual, com o Iraque e todos os outros lugares onde há tantos problemas e mortes. Este é o lado ruim da coisa, mas fizemos um bom álbum e uma boa declaração.
O fato das músicas ainda serem relevantes hoje é uma grande prova do poder das composições daquele álbum. Muitas bandas não têm este poder.
Quando tocamos estas canções na época, como disse antes, não sabíamos se elas durariam ou não. Era realmente bem frágil em vários sentidos. Mas então o Sabbath se tornou atemporal – acho que isto acontece e algumas bandas se tornam quase veneradas. A vida do Sabbath passou a depender de pessoas que foram influenciadas pela música da banda, como um avô falando para o neto: “Hei, dê uma olhada nessa banda”. Isto é incrível. Nós começamos a perceber que haviam caras de 50, 60 anos nos shows, e garotos de 10 anos. É ótimo isto! Muito bom ver isso. Estou muito contente de que influenciamos outros músicos também. Para mim, estas são as coisas que parecem um presente silencioso enquanto você envelhece. Espero ter recebido isto com um pouquinho de humildade e sem fazer muito estardalhaço.
Você poderia explicar melhor o seu uso da palavra “frágil”?
Na época em que estávamos gravando o “Paranoid” – e quando fizemos nosso primeiro álbum – nós éramos uma banda de verdade e muito unidos. Tinha a banda, os roadies e os caras que nos levavam aos lugares e tomavam conta de nós. Eram provavelmente 10 pessoas, juntas, e em vários sentidos havia muita intimidade. Nós tomávamos conta uns dos outros e cuidávamos uns dos outros. Éramos uma unidade. Eu geralmente me refiro a isto como os “quatro mosqueteiros”. A sensação era esta, porque havia muita coisa vindo de fora, entre a imprensa, TV, e todo um novo público que estávamos alcançando; todos os novos países para onde estávamos viajando. Ainda ahavia muita novidade em tudo e, eu acho, uma sensação de desconfiança também. Nós viemos de uma região muito dura difícil de Birminghan, então aprendemos a crescer com um olho sempre aberto, pode-se dizer. Não éramos estúpidos; neste sentido tínhamos aquela esperteza das ruas.
Com isto em mente, enquanto passávamos por gravadoras, advogados, ou coisas do tipo, sempre éramos bem discretos. Nós nos reuníamos e conversarmos sobre tudo. Nós havíamos acabado de voltar de uma turnê de dois anos, na qual dividíamos a comida. Nós não tínhamos nem um trocado, então quando estávamos tocando no “Star-Club”, “Reeperbahn” e fazendo aqueles shows na Dinamarca e Suécia, por volta de 1970, nós tivemos que aprender a sobreviver, porque estávamos basicamente tocando por comida e coisas do tipo. Então aquilo criou uma grande união. Aquilo foi com a gente por entre o novo mundo e as novas mudanças que estávamos passando – ou estávamos prestes a passar. Foi isto que eu quis dizer com “frágil”.
Quais foram as histórias por trás do “Paranoid”?
Primeiramente, para nós foi divertido, porque fizemos muitas turnês em cima do “Paranoid”. Eu lembro das primeiras reações, e então por um minuto nós estivemos na cultura pop. Nós ficamos famosos, especialmente quando a canção “Paranoid” alcançou o 2º posto na Inglaterra e o álbum ficou em 1º, e de repente estávamos nesta coisa do pop na qual tínhamos todos estes fãs berrando e todas coisas do tipo acontecendo. Aquilo, após um tempo, não permaneceu da mesma forma; meio que desapareceu, o que foi bom. Ainda tínhamos muitos fãs. Por toda a nossa vida sempre tivemos muitos fãs que sempre foram entusiasmados, para dizer o mínimo. Mas por um momento nós aproveitamos esta coisa de estarmos dirigindo nossos carros e sermos cercados, ou então tínhamos que dar um jeito de entrar sem que ninguém nos visse no teatro onde iríamos tocar. Aconteceu todo este tipo de coisa; meio que como “A Hard Day’s Night”, sabe? Apenas por um momento aquilo foi divertido, mas não acho que teria gostado de ter aquilo pelo resto da minha vida. Aquilo seguiu seu próprio caminho.
Mas as turnês eram demais, com todos nós trabalhando muito duro. Nós tocávamos todos os dias; fazíamos um show cedo e um mais tarde. Isto me espanta. Quando me lembro disto… Quando o Sabbath toca, nós colocamos 150% de nós. Colocamos tudo que temos. Me espanta o fato de que fazíamos este grande show e então o fazíamos novamente algumas horas depois. Eu ainda olho para isto com algum espanto, na verdade. Tenho muito orgulho disto, de que éramos capazes de fazer isto e fazê-lo funcionar. Então houveram muitas coisas que apareceram na turnê, enquanto fazíamos novos amigos rapidamente.
Você não acha que algumas pessoas foram ver a banda naquela época só porque estavam curiosos?
Eu acho que atraíamos muitas pessoas que tinham sérios problemas com nós, na verdade. Nós atingimos o tôo das paradas e o topo das paradas das pessoas também. Mas quando eles perceberam que faríamos qualquer coisa que quiséssemos, musicalmente – especialmente com o terceiro álbum – uma parte deste estrelato caiu um pouco. Nós sempre tocamos para nós mesmos, e tentamos ser honestos com nós mesmo sobre onde estávamos, e acho que é por isso que nós tivemos fãs que ficaram com a gente ao longo dos anos.
Havia um número – bem grande até – de pessoas que realmente não gostava da nossa banda. De vez em quando as coisas ficavam bem perigosas. Quando estávamos fazendo as primeiras turnês nos Estados Unidos, promovendo o “Paranoid”, frequentemente tinham grupos cristãos, ou pessoas que amam Jesus mais do que qualquer coisa na Terra… Eles eram bem extremistas e alguns deles eram bem perigosos; foi muito assustador, para ser honesto.
Se ao menos eles escutassem às letras das canções, talvez encontrassem coisas que não esperavam.
Sim, se eles pudessem ler as porras das letras, talvez tivessem aprendido alguma coisa; sei lá. Ou curtido. Ou poderiam abaixar os cartazes; todos carregavam um grande cartaz, assim como fazem hoje. Alguns dos grupos cristãos mais extremistas levantavam qualquer coisa que pudessem agarrar.
Bem, sempre haverá extremistas por aí.
Sim, foi bem extremo. E nós éramos extremistas também (risos); combinação perfeita. Mas nós tínhamos que ter seguranças. Tínhamos seguranças frequentemente. Nas nossas primeiras turnês, fomos ao “cinturão bíblico” (N.R.: Região no sul dos Estados Unidos onde a prática fervorosa da religião protestante evangélica faz parte da cultura local), e quando viajávamos pelo norte da Flórida, pelo Mississipi, certas partes da Virginia, Tennessee, Lousiana, Texas e Cirpus Christi, haviam muitas pessoas – incluindo os policiais locais – que nos recebiam bem friamente. Haviam muitos problemas com as pessoas e com os prefeitos das cidades.
Você não acha que a imagem sombria e os rumores de que a banda era satânica foi exagerada e, ainda por cima, massificada pela mídia?
Eu acho que foi algo que tentamos esclarecer continuamente através das entrevistas, mas era quase como, “mas isto vende discos” ou “isto vende jornais, então vamos continuar com isto”. Nós dizíamos constantemente, diariamente, “não, não somos nada disto. Não, isto não é o que representamos”; foram muitas declarações deste tipo. Nós estávamos tentando mostrar para eles quem éramos de verdade. Nós fomos pegos tão fortemente por esta coisa, que ela adquiriu uma identidade própria e foi jogada pelo mundo com uma bola de praia. Algumas pessoas, incluindo a TV e a mídia em geral, gostavam de destacar isto e dizer quão terrível era. Foi bastante controverso por um longo tempo. Foi algo que dissemos, “não podemos fazer nada a respeito disto. Nós éramos impotentes sobre esta dimensão que apareceu e grudou na gente”, então apenas seguimos em frente, fazendo o que fazemos de melhor, até hoje quando você e eu ainda estamos falando a respeito disto. E estou feliz que você tenha me dado a oportunidade de ter falado um pouco sobre isto, pelo menos.
A partir da esquerda: Geezer Butler, Tony Iommi, Bill Ward e Ozzy Osbourne.
Nos dias de hoje aquilo não seria considerado tão controverso. Como os tempos mudaram…
Não seria mesmo, e fico satisfeito por ter feito parte de um número de bandas que foi ao sul (dos Estados Unidos), que foi na Austrália, no Canadá e em outros países, onde primeiramente éramos barrados de tocar pelas autoridades. Agora as portas se abriram.
Canadá?!
Sim! O Canadá do início dos anos 70… Cara, entrar no Canadá era uma provação. Mas me sinto bem em ter sido parte de um pequeno grupo de caras que permaneceram verdadeiros com eles próprios. Mas isto criou muitos problemas no começo dos anos 70, quando a polícia ficava definitivamente desconfortável com nós por perto e não sabia como lidar com a gente. Nos anos 70, havia diferença entre um policial da Louisiana e um policial de Nova Iorque. Nunca tivemos problemas com os policiais de Nova Iorque, que eu saiba. Nós conhecemos muitos nos shows que fazíamos. Para eles, era um show, sabe? Eles entenderam a coisa. Não haviam grandes brigas ou situações nas quais podíamos ser feridos os mortos facilmente. Era uma vibração diferente. Neste sentido, fico feliz por ter sido um dos que foram nas profundezas do sul (dos Estados Unidos), e agora o sul é… Cara, está totalmente diferente.
Parece que haviam muitos boatos que ajudavam a alimentar aquela fama. Por exemplo, me lembro de ouvir falar de que ao entrar no local onde o Black Sabbath iria tocar, o público tinha que assinar uma bíblia satânica. Então começavam a aparecer este tipo de boatos sobre coisas estranhas que aconteciam nos shows de vocês.
A coisa se tornou um fenômeno com vida própria, e ainda há uma sombra disto nas nossas vidas, porque eu sei que todos nós individualmente – não só como Sabbath – ainda gostamos de fazer uma música ainda mais sombria. Até hoje sou tão atraído por música sombria quanto era em 1969, quando garoto. Ainda é a mesma coisa.
As letras de Geezer Butler sempre foram bem profundas e conscientes.
Absolutamente. Eu o chamo de “o poeta irlandês”. Os pais dele são da Irlanda. Ele vive na Inglaterra, mas basicamente é irlandês. Ele é um fantástico letrista. Maravilhoso! Ao mesmo tempo, eu tenho que dar os créditos de Ozzy também, porque ele pode falar uma frase ou uma palavra… Eu viajei com ele por muitos lugares ao longo dos anos e sei que ele é capaz de falar uma palavra que explode e você é literalmente capaz de escrever uma canção em torno desta única palavra. Ou então ele fala uma frase, e você fala: “Puta merda, posso usar isto?”, e você literalmente escreve alguma coisa com isto. O jeito que ele despeja estas coisas… Estas coisas saem de Ozzy todo santo dia. Você tem que aprender e saber como pegá-las e usá-las adequadamente.
Mas, na verdade, “Fairies Wear Boots” é sobre o quê?
Isto foi Ozzy e Geezer se divertindo, juntando coisas. Tem uma coisa de Alemanha nisso. Algumas sobras que nós aproveitamos; Algumas brigas em que nos metemos. Estou pensando na canção agora enquanto conversamos, e fui direto para 1968-1969, e ela é um grande exemplo de onde estávamos em 69. Eu posso até sentir o cheiro da comida no “Reeperbahn” (risos). É uma ótima canção sobre as experiências que tivemos. E é cheia de… A melhor expressão que posso pensar é “conteúdo mágico”, onde vamos a esta coisa mística meio coisa de maconheiro, bem como 1969 era. Isto é o melhor que posso dizer sobre ela.
Olhando em retrospectiva, há algo que você faria diferente com relação ao Black Sabbath?
Não me arrependo de nada que fizemos ou nada que fiz pessoalmente. Não me arrependo de nada. Não faria diferente, incluindo todos os erros… Tudo. O primeiro instinto que me apareceu quando você perguntou isto foi, “sim, gostaria de refazer algumas partes de bateria” (risos). Não refazer, mas trabalhar nos sons de certas partes da bateria, particularmente nos dois ou três primeiros álbuns. Talvez um som melhor no bumbo de “Iron Man”, coisas deste tipo. Todos os músicos são assim.
Falando em “Iron Man”, você acha que a canção se tornou muito comercializada, muito “mainstream”?
Eu tive que abandonar qualquer tipo de apego pessoal que tinha com ela. A gente pensa, “não, você não pode fazer isto. É música underground e tem que permanecer verdadeira com ele mesma e etc”, e então a vida real aparece. O mundo se abre. A primeira pista que tive de que “Iron Man” pertencia a todo mundo foi quando a escutei sendo tocada por uma banda marcial num campo de futebol. Eu pensei, “oh meu deus, eles estão tocando ‘Iron Man’”. Para mim, foi quando ela se tornou pública.
Então ela se tornou bem comercial e se apegou em tudo. E, na verdade, hoje em dia é legal. Não estou reclamando, porque quando ela foi para o filme “Iron Man” (N.R.: O Homem de Ferro), conseguiu uma nova forma de vida e me mostrou que ela continua atual. Então, neste sentido, eu tomarei como um elogio. Mas meu senso de justiça, como “isto não está natural, você não pode fazer isto”, diminuiu um pouco com o passar dos anos, com relação a canções como “Iron Man”, que tendem a se tornar mais comerciais ao longo do tempo. Eu já não brigo mais tanto quanto antes sobre este assunto.
E quando fazemos shows, sempre tentamos tocar algumas canções que não tocávamos há muitos anos, mas inevitavelmente acabamos com um repertório que agrade a todos.
Quais os planos do Black Sabbath?
Bem, todos estão de folga, sabe? Eu estive falando com Tony há poucos meses… E estava com ele e Glenn (Hughes) no funeral de Ron (Ronnie James Dio), e acho que Terry (Geezer) está apenas tentando superar a morte de Ronnie e pensar o que fará depois. Então Ozzy está embarcando numa grande turnê. Ele está indo para a estrada por um tempo considerável, mas eu falo com ele toda hora.
A partir da esquerda: Geezer, Ozzy, Tony e Bill na época da reunião, já no novo milênio.
O que você acha do novo álbum de Ozzy, “Scream”, por falar nisso?
O que eu gosto neste novo álbum é a voz dele. A voz dele está muito clara. Ele está sobrevivendo, ele tem convicção e ele é bem claro e em preciso em tudo. Sua voz realmente está se sobressaindo em todas as faixas. Eu acho que é muito bom.
Com relação ao Black Sabbath, a banda original, não estou sabendo de nenhum plano nem nada, mas ao mesmo tempo sei que iremos conversar uns com os outros. Não estou sabendo de nenhum desentendimento entre ninguém.
Eu sempre tenho a esperança de que se tudo está certo e tudo está amigável, então podemos excursionar novamente. Adoraria faze isto, contanto que tudo esteja em ordem comigo. Adoraria seguir em frente, não só excursionar, mas fazer um novo álbum também, outro disco do Sabbath. Isto para mim seria a melhor coisa que poderia acontecer. Mas também adoraria fazer uma turnê longa. A última turnê que fizemos foi legal, e durou três meses e meio. Mas o lance é que estávamos tão entrosados – e você tem que praticar para a coisa se ajeitar e ficar bem entrosada – quando estávamos na metade da turnê e eu me senti em plena forma, mas então de uma hora para a outra tivemos que parar. E eu estava, “Merda, vamos levar isto ao redor do mundo, cara. Isto está ótimo”. Mas tivemos que parar, o que foi um tanto irritante. Este foi o único problema. Leva um certo tempo para que um corpo de 62 anos possa tocar no Black Sabbath, e Ozzy e eu somos muito exigidos fisicamente no palco, então temos que estar em forma. E todos os shows da “Reunion”, com relação às performances, foram lindos. E me diverti demais; no palco era imbatível. Curti bastante, de verdade.